Azar Crônico

O fio vermelho do destino e o guarda-chuva amarelo

22 de fevereiro de 2018

Eu sempre fui meio pé atrás com essas histórias de amores intensos. Mas, tem uma lenda chinesa que sempre me enche de esperança. A Akai Ito, ou Fio vermelho do destino, é uma lenda de origem chinesa, que tem muitas versões espalhadas por aí. De acordo com a história, no momento do nascimento, os deuses amarram um fio vermelho invisível nos tornozelos de homens e mulheres que são almas gêmeas. Tem outras versões que dizem que esse fio invisível te liga a qualquer pessoa que você está destinado a conhecer. Porém, voltando para a versão das almas gêmeas… Aconteça o que acontecer, independente do tempo que passar, essas duas pessoas interligadas vão se encontrar! O fio vermelho do destino jamais se rompe. Até aí tudo bem, né?! Afinal, é só uma lenda. E lenda é lenda.

É só para encher a gente de falsas esperanças mesmo. Até o dia em que eu esbarrei, totalmente sem querer, em um casal. Sabe aqueles casais que a gente vê e de longe sente a química? A conexão entre eles é tão forte que é perceptível para o resto do mundo. Entre uma conversa e outra, surgiu a oportunidade de conhecer a história de amor deles. Eu, que nem gosto de conhecer histórias reais, empolguei na hora. Você já viu How I met your mother?! Na série, o personagem principal passa boa parte da vida adulta procurando o amor de sua vida. E ela sempre esteve tão perto. Por vezes, quase se encontraram. Estavam tão interligados, que no dia em que ela perdeu o seu guarda-chuva amarelo, ele o encontrou. O mesmo guarda-chuva amarelo que os uniu vários anos (e temporadas) depois. A história desse casal era mais ou menos assim. 

O tio avô dele era um dos amigos mais próximos do avô dela. Eles passavam férias no mesmo lugar. Em casas muito próximas. Brincavam tão perto um do outro, mas nunca chegaram a brincar juntos. Sem contar, que cresceram em uma cidade que não é exatamente uma São Paulo. Pelo contrário. Uma cidade tão pequena, mas tão pequena, que 99,9% dos amigos de um, já conhecia o outro. E eles? Nunca tinham se visto. Quem os conhece sabe que eles só são diferentes em duas coisas: na altura e na profissão. Já as semelhanças são enormes. Desde físicas até de personalidade. Ambos usam óculos e tem os sorrisos mais largos que você pode imaginar. Ambos são muito calmos, possuem corações enormes. Depois de relacionamentos frustrados, decidiram ficar sozinhos até encontrar a pessoa ideal. A tal alma gêmea. 

Quando contam o momento em que finalmente se encontraram, a história mais parece a música Eu me lembro, da Clarice Falcão e do Silva. Segundo ele, enquanto conversava com uma amiga, ela virou para cumprimentar alguém que chegava. Quando ele virou para olhar quem era, a (até então) desconhecida olhou para ele e sorriu especificamente para ele. De acordo com ela, o sorriso era para a tal amiga em comum, que estava conversando com ele. 

– Quem é essa menina? – Perguntou ele, todo interessado. 

– É a Larissa, estudou comigo.

– Nossa, sorriso bonito o dela.

– Êê, que foi, Maycon?! Vai casar com ela? 

Sim, três anos depois Maycon e Larissa casaram. “São tão novos”, as pessoas diziam. Ela nem tinha completado 19 anos ainda. Mas, eu lhes pergunto, quando foi que o amor marcou hora para chegar na vida de alguém? A verdade é que esses dois só provam que, seja pelo fio vermelho do destino ou pelo guarda-chuva amarelo, duas almas estão destinadas a se encontrar. Não importa mesmo, quantos desencontros aconteçam. Quando almas gêmeas se encontram, não vai ter sintonia maior no mundo e nada que possa romper essa ligação. 

Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se…
Independentemente do tempo, lugar ou circunstância…
O fio pode esticar ou emaranhar-se,
mas nunca irá partir.

– Antiga crença chinesa

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2 Comments

  • Reply Your Name: você acredita em alma gêmea? | Ré Menor 7 de julho de 2018 at 16:40

    […] coisas juntas. Mas, nem por isso, a trama se perdeu. Tudo esta bem entrelaçado, tanto quanto o fio vermelho do destino. Aliás, senti uma referência a essa lenda, que ficou perfeita. Só que se eu falar demais vai ser […]

  • Reply Sobre destinos, coincidências e decisões | Ré Menor 24 de junho de 2018 at 14:03

    […] como gostamos de culpar o universo e o mundo por determinadas coisas que acontecem. Seja fio vermelho do destino, sejam coincidências ou “era para ser”, algumas coisas sempre encontram seus caminhos […]

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