Azar Crônico

Empreender: um pedacinho do que eu tenho sentido

9 de maio de 2019

Quando eu era criança, lá pelos meus 6 anos de idade, uma tia veio visitar.  Ela, que sempre teve a veia latejante do empreendedorismo e já fez de tudo um pouco nessa vida, me ensinou a fazer pulseiras de missangas. No natal daquele ano, meu pai me deu uma caixinha cheia de materiais para que eu continuasse produzindo. E, minha pediatra, que sempre tinha alguns itens fofos para presentear as pacientes, virou minha cliente. Pedia aos montes e eu achava o máximo ser fornecedora. Fabricava com o meu gosto e ia entregar no consultório. Recebia meus primeiros trocados e saia feliz da vida.

Foi ali, iniciada pela tia empreendedora, com o meu primeiro (e eterno) investidor e com a minha primeira cliente, que virei empreendedora. Mas, infelizmente, essa primeira jornada não durou nem até a adolescência. E a coisa toda de empreender deu uma adormecida dentro de mim, como urso que hiberna no inverno. A maré foi ficando cada vez pior, a cada trabalho que eu arrumava. Entretanto, os primeiros raios de sol do verão começaram a aparecer durante o curso do Efeito Orna. Mas, o tal urso só acordou de vez quando fui demitida e não canso de frizar isso por aqui.

Empreender desgasta, mas é gratificante

Empreender é coisa de doido e para doido mesmo. Você não sabe como vai ser o dia de amanhã, financeiramente falando. E, passa a maior parte do tempo reinvestindo o dinheiro, na busca de melhorar a entrega. Você trabalha de domingo a domingo, sem sábado ou feriado. Mas, bem de repente, sobra um dia livre e você se dá ao luxo de ir para a cachoeira em plena terça-feira. Você descobre que nem que quisesse daria conta de tudo sozinha. E passa a reparar em todas as pessoas ao seu redor, em busca de futuros funcionários incríveis.

Você pensa 24h nos clientes e em tudo que precisa fazer. A vida, de repente, é uma bagunça. Não há horário fixo, tranquilidade e refeição de qualidade. Mas, ainda assim, você é feliz. E não há preço que pague essa loucura de felicidade. Por que existem poucas coisas na vida tão poderosas quanto a satisfação de ver o resultado do teu intenso esforço. Ah, minha amiga, se eu pudesse te dizer algo nessa vida, eu diria: faça o que ama, todos os dias. Não que eu viva o mito de que não vai parecer trabalho. Vai e vai muito. E, ainda assim, será uma das melhores coisas que você vai fazer diariamente.

Ps: escrevo muita coisa aqui para ajudar quem está na mesma ou para me lembrar, lá na frente, da minha própria história. Portanto, Êrica do futuro, se você estiver lendo isso: não nos decepcione. 

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