Being Êrica

Transição capilar: a briga entre as expectativas e a realidade

1 de novembro de 2018

Fiz o big chop e acho que cheguei ao fim da transição capilar. Mas, eu não estaria sendo justa comigo e com vocês se resumisse todos esses meses em apenas alguns posts sobre cortes e produtos. Inclusive, tem uma porção de conteúdos online que ensinam diversas finalizações para esse processo. Tem também outras com listas de produtos que funcionaram bem. Só que a transição não se resume a isso. Pelo contrário. Talvez, seja muito mais sobre se aceitar naquele dia em que a finalização dá super errada, do que naquele dia em que os cachos estão lindos de morrer. Por que é muito fácil se amar naquele dia em que seu cabelo está exatamente como você sempre quis. Mas, é bem complicado quando não há definição e só há frizz pra todo lado. 

Transição capilar é uma guerra entre as expectativas e a realidade. Se você já passou pelo processo, sabe que quando gastamos absurdos em produtos, queremos que eles funcionem maravilhosamente bem. Mas, nem sempre nosso cabelo gosta do novo produto e, as vezes, o dinheiro vai para o ralo. Ou quando passamos uma tarde inteira, com a cabeça cheia de coques, na tentativa de igualar as duas texturas e no fim das contas nenhuma delas sai como o esperado. Pior ainda é a espera para que o cabelo cresça. É um suplício sem fim. Só que, se você não passou por isso ainda, deve estar se perguntando: aonde ela quer chegar? Não quero te fazer desistir, te contando todos esses banhos de água fria. 

“Estilo pessoal é aceitar quem você é.”

Diane Von Furstenberg

Eu só quero que você saiba exatamente qual o terreno você está pisando. Não caia nessa de que existe uma nova cobrança. A cobrança do cabelo natural. A gente não saiu da ditadura do liso, para colocar outras pessoas em uma nova ditadura. A gente não está aqui para te obrigar a entrar nessa de transição capilar. A gente escolheu passar pelo processo e, se estamos felizes com isso, é por que todas as frustrações valeram. É por que aprendemos a lidar com elas e, mais do que isso, nossa transformação foi interna. Entretanto, algo aconteceu muito antes da transição, para nos fazer chegar até aqui. Era a sensação de se olhar no espelho e não reconhecer o reflexo.

Portanto, a principal dica desse post é: faça o que te faz feliz. Se você se ama de cabelo liso, não tem por que passar pelo processo. Se você está com vontade de dar uma chance, faça exatamente isso. Se lá na frente você decidir voltar a alisar, ninguém mais tem nada haver com isso. Agora, sobre a realidade da transição capilar: é um processo árduo, mas encantador. Te renova as forças. A sensação que tenho é de que finalmente o mundo pode conhecer quem eu sou de verdade. Por inteiro, sem nenhum disfarce. E nada mais é capaz de abalar essa decisão. De coração! Já soube de meninas discriminadas em trabalho, pela família e namorados, só por fazer a transição. Mas, é aquela coisa, o que não nos mata, nos fortalece. E a transição capilar nos fortalece como poucos momentos na vida. 

 

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