Apesar de gostar muito de algumas bandas de rock, não me considero roqueira. Ouço muito mais outros gêneros musicais. Mesmo assim, minha banda favorita é Queen. Tenho algumas blusas da banda e do Freddie Mercury e sempre uso por aí. Sempre que alguém me vê com camiseta com o brasão da banda, há duas reações comuns: falam a música favorita ou começam a se justificar por gostar da banda. Mas por qual motivo homens cis héteros precisam se justificar pra curtir o som de uma das melhores bandas de todos os tempos?
Freddie Mercury não era hétero. Os clipes do Queen são extravagantes e caóticos, não é só I Want To Break Free. Inclusive, a música virou um hino LGBTQI+ por acidente. A composição é do ex baixista, John Deacon e é sobre pessoas tímidas se expressarem, na real. Muitos fãs da banda não são héteros, inclusive eu. E isso abala a masculinidade frágil alheia. Sim, alguns caras acham que terão a sexualidade questionada ou invalidada por gostar da banda porque um dos integrantes não fazia parte do padrão heteronormativo. Freddie Mercury foi um grande artista e não cabia em padrões impostos, seja socialmente ou musicalmente.
Por esses caras, eu só sinto muito. Deixar de apreciar uma discografia incrível e não dançar ou cantar Queen só para poder se reafirmar como hétero é algo triste e tosco. Como Freddie cantava em We Are The Champions: ”No time for losers”. Ou em um meme brasileiro atual: ”sem tempo, irmão”.
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