Autor: Sérgio Klein;
Editora: Fundamento;
Páginas: 185;
Sinopse: O pai e a mãe estão se separando, o irmão caçula é o garoto mais implicante do planeta e a avó passa os dias na cama, descascando a parede com as unhas, sem saber o que acontece ao redor. É este o habitat de Joana Dalva, que aos 13 anos sonha em ser escritora. Tudo o que ela desejava era criar histórias que distraíssem os futuros leitores, mas um dia faz uma redação sobre a quase xará Joana d Arc e provoca uma reviravolta na História. Se uma simples redação podia mudar o passado, por que não usar a literatura para consertar o presente?
Joana Dalva não hesita em converter a ficção em realidade. O problema é que cada texto produz conseqüências imprevistas, dando origem a outros textos que trazem novos problemas. E o jogo de gato e rato acaba escapando do controle. Para participar desse jogo, não é preciso ter a idade de Joana Dalva nem sentir na pele os conflitos e as espinhas da adolescência. Este romance de Sérgio Klein destina-se a todos os que ainda acreditam no poder transformador das palavras.
Livros que marcaram a infância
Andei pensando em começar uma série por aqui, sobre os livros que impactaram de alguma forma na minha infância e adolescência. E que eu provavelmente ainda não resenhei aqui. Dentre eles, não poderia começar a série com outro livro, além de Poderosa. A trama, e a forma como Sérgio narra a história, é bem simples. Joana Dalva é uma adolescente revolucionária e, por muitas vezes, revoltada com o atraso do mundo ao seu redor. Mas, em meio aos conflitos normais dessa fase da vida, Joana descobre um poder: tudo que escreve com a mão esquerda, acontece. Ou seja, seu super poder vem da escrita. Sendo assim, ela pode mudar o mundo com uma única frase.
Claro que, tratando-se de um livro adolescente, suas mudanças são focadas em seu mundinho. Como se vingar da garota popular, que implica com ela. Ou, quem sabe, dar um corpo novo a avó que já não está muito bem. Lembro que, em meio as confusões que surgiam ao longo de todo o desenrolar da série, Joana D’alva me arrancava boas gargalhadas. É uma narrativa bem adolescente mesmo. Até mais focado em garotas entre 10 e 13 anos. Sendo assim, talvez não agrade você, caso já tenha passado dessa idade. Mas, é uma ótima pedida para esse público. Então, caso você queira presentear alguma adolescente por aí, pode investir em Poderosa sem medo.
Um apanhado geral sobre a série
A Joana Dalva pode trazer boas lições para os pré-adolescentes. Além é claro, de ser um bom ponto de partida, caso queira fazer alguma criança ou adolescente começar a ler. Todos os livros parecem mesmo o diário de uma garota, pela forma que construíram a encadernação. Com detalhes, rabiscos, recortes de páginas. Quanto por ser narrado diretamente por ela. A história vai avançando a medida que saem novas edições. Ou seja, Joana Dalva sempre precisa amadurecer mais um pouquinho e lidar com coisas novas. Como, por exemplo, em Poderosa 2, ela está se recuperando do luto após perder a avó. E, apesar de ter todo o fator dela ter um super-poder, são situações normais que uma adolescente precisa passar.
Poderosa é uma das coleções mais fofas e gostosas de ler nessa época da vida. Li todos os livros lançados em uma semana. Mas, depois de esperar muito tempo pela conclusão da série, descobri que o autor faleceu de uma maneira meio inesperada. No auge de sua carreira. O que, por si só, já entristece para caramba. Até onde eu sei, são 6 livros lançados com a personagem Joana Dalva. Mas, apenas os 5 primeiros são escritos apenas pelo o autor original. Tentei encontrar informações sobre o lançamento do sexto. Se o Sérgio Klein começou a história e faleceu antes de terminar e, por isso, o autor José Antônio Orlando continuou. Ou se foi um tributo, mesmo. Entretanto, não encontrei e acredito que seja a primeira opção.
No Comments