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Lady Bird: para todos que já quiseram dar voos mais altos

21 de abril de 2018

Gênero: drama, comédia;
Ano: 2017; 
Direção e Roteiro: Greta Gerwig; 
Sinopse: Sacramento, Califórnia, 2002. A estudante Lady Bird (Saoirse Ronan) está no último ano do colégio e não faz ideia do que fazer depois que se formar. A convivência com sua mãe, uma enfermeira, é sufocante. Tudo o que vai acontecendo na vida de Lady Bird só a deixa cada vez mais desnorteada. (Filmow)

Se você, alguma vez na vida, já quis dar voos mais altos, com certeza vai amar Lady Bird. O filme conta a história de uma menina, que não gosta de ser chamada pelo nome escolhido por seus pais, Christine. Portanto, ela passa a trama inteira brigando com a mãe, para ser chamada de Lady Bird. Aliás, brigar com a mãe é algo que ela faz com muita frequência. A garota vive em Sacramento, na Califórnia, uma cidade super religiosa e pacata. O sonho dela é sair daquela cidade e fazer faculdade na costa leste do país. A mãe, entretanto, lhe desmotiva 100%, dizendo que ela não é capaz de conseguir a aprovação na universidade.

Apesar de ter um relacionamento conflituoso com a mãe, ela e o pai são muito amigos. O que acaba salvando Lady Bird em certos momentos. Principalmente nesse momento de inscrição, em que ela precisa de apoio emocional e financeiro. A família vem enfrentando problemas econômicos e, por estudar em uma escola particular, Lady Bird morre de vergonha de mostrar quem ela realmente é para algumas pessoas. O filme é repleto de clichês adolescentes, como abandonar a melhor amiga deslocada para fazer parte de um grupo popular. Ou o primeiro amor e a primeira vez. Mas, de uma maneira mais leve. Sem toda a carga de tensão e drama que estamos acostumados a ver em filmes com essa temática. 

Primeiramente, preciso confessar que Lady Bird mexeu diretamente comigo. Eu nasci e cresci na capital de um estado bem esquecido, Rondônia. Querer conhecer e conquistar o mundo, são desejos totalmente pessoais e que estiveram comigo a vida inteira. Segundo, eu adoro a Saoirse e acho que ela deu uma vida muito bacana para o personagem principal. Tanto que foi indicada a melhor atriz para alguns prêmios, incluindo o Oscar, por conta desse filme. A Lady Bird é uma personagem que tem seus momentos de muita determinação e sangue nos olhos. Mas, em contra partida, também tem momentos muito delicados e sensíveis. A Saoirse soube equilibrar tudo isso muito bem. Alguns personagens são mais carismáticos e nos conquistam fácil, como o pai e a melhor amiga dela. E outros são super coadjuvantes mesmo, como o irmão dela.

Apesar de ter todos os contextos adolescentes de sempre, Lady Bird tem um ritmo diferente. A construção dele é bem mais delicada e não super dramatiza as coisas. Nem faz um grande estardalhaço em torno de tabus, sabe? Eu gostei muito do filme ter exposto mulheres com personalidade, determinadas. Mulheres que lidam com as próprias questões, que não são super dependentes emocionalmente de relacionamentos amorosos. A mãe dela, por exemplo, é a chefe da casa. Também gostei de a Lady Bird não ser o centro de tudo, só por ser a personagem principal. A amiga dela, que está fora do padrão de beleza, é a que paquera o professor bonitão e consegue o melhor papel na peça de teatro. Todos esses detalhes se maximizam quando a gente pensa que a história se passa em 2002, quando não se falava em inclusão, em feminismo e todas as discussões atuais. 

“Eu queria ter vivido alguma coisa”

É um filme muito verdadeiro. Que não vai te emocionar a ponto de chorar ou te fazer rir bastante. É um filme que te dá uma sensação de nostalgia de tempos mais leves. Nostalgia do primeiro amor e de passar tempo atoa com a melhor amiga. E que também vai te fazer repensar  certos momentos da adolescência. Te preenche de uma maneira boa, te dá a sensação de que determinação é a chave para conquistar o que você quer. Lady Bird é muito bom e vai ser um dos filmes que vou querer rever e rever várias vezes ao longo da vida. Hiper recomendo. 

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