É um título estranho para quem já falou aqui mesmo que é fã de alguns artistas. Mas este post não é para atacar os fanboys e nem as fangirls, relaxe. É apenas sobre um incômodo meu desde a primeira vez que me considerei fã de alguém. A palavra fã passa a ideia de fanático ou obcecado. Um bando (ou manada, dependendo do caso) de fãs vira um fandom. E um fandom incomoda muita gente já que multidões costumam ser irracionais e completamente guiadas por emoções extremas. Com certeza já viu alguma briga ridícula entre fandoms em redes sociais que confirmam a frase anterior.
Entendo perfeitamente essa “obsessão”, já que às vezes gostamos muito de alguma coisa que não paramos de falar sobre como aquilo é espetacular (fazendo com que algumas pessoas percam a paciência). O ruim é que quando nos tornamos fãs de alguém, a nossa tendência é simplesmente ignorar ou justificar as atitudes erradas do ídolo a todo custo, como se ele não fosse um ser humano que também faz burrada sem pensar.
Dá para ser fã de alguém sem idolatrar, colocar num pedestal e esquecer da mortalidade imperfeita e tosca? Claro. Todo mundo erra. É óbvio que em algum momento, a pessoa falará algo equivocada numa entrevista ou nas redes sociais, principalmente em um tempo que existe a pseudo obrigação de saber sobre tudo que acontece e que admitir ignorância ou pouco conhecimento sobre algum assunto é quase um crime. E isso é muito ruim? Devemos cancelar fulano ou beltrana? Não. É perfeitamente possível pensar: ”putz, adoro sicrano, mas olha só que merda falou”. Fazemos isso com nossos amigos, família, colegas de trabalho. Não endeusamos as pessoas próximas, mesmo que elas sejam incríveis. Então pra quê temos essa postura com quem não conhecemos só porque a pessoa é artista? Será que é por justamente não estarmos perto?
Veja!
Ter inspirações é importante, óbvio. Ser fã de alguém faz parte da vida. Mas não podemos nos esquecer que somos todos reles humanos. Todo mundo se apaixona, xinga, faz merda, perde a paciência, tem bafo, etc. Uns são mais idiotas, outros nem tanto. Não devemos adorar cegamente ninguém. Toda cegueira voluntária é estúpida.
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