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O ano que disse sim – Shonda Rhimes

6 de janeiro de 2020

Fazia muito tempo que eu queria ler esse livro. Mas, tem certas coisas que acontecem na hora certa e a leitura de O ano que disse sim é exatamente isso. Inclusive, comecei no meio do ano passado, mas só engatei para terminar quase na virada do ano já. Shonda é a pessoa mais comum que podemos imaginar. Sério. Tudo bem, eu sei que ela é foda, famosa, escreve só séries incríveis e ainda vai aparecer com várias outras coisas maravilhosas. Mas, ainda assim, Shonda poderia muito ser a sua melhor amiga da escola. Ou, se estou conversando diretamente com alguém que foi popular e praticava bulling, Shonda seria um de seus alvos. Mulher, negra, infância pobre e gorda, faz Shonda se encaixar em muitas minorias e se tornar uma das pessoas excluídas que estamos acostumadas a ver. Todo esse contexto, fez Shonda se sentir menos.

Você sabe do que eu estou falando. Menos merecedora. Menos capaz. E até menos ela mesma. Quanto mais ela crescia e se desenvolvia como profissional, mais ela entrava na ostra. Simplesmente por achar que não fazia parte daquele universo. Ou seja, Shonda recusava todos os convites que recebia. Seja para dar uma entrevista ou para frequentar uma festa que Barack Obama estaria. E aqui, eu citei apenas alguns exemplos. Mas, todas essas coisas que parecem normais para pessoas como Shonda, lhe causavam pânico. De suar, passar mal e querer desmaiar. Pânico. Sendo assim, ao receber cada convite, ela vestia sua mais dura armadura e, sem gaguejar respondia, “não”. Claro que, para não parecer grossa ou medrosa, ela sempre tinha as melhores desculpas. Como, por exemplo: tenho 3 séries no ar. Ou, tenho 3 filhas para cuidar. E ninguém conseguia fazê-la mudar de ideia.

O ano que disse sim

Quando a irmã de Shonda diz a fatídica frase “Você nunca diz sim para nada”, as coisas mudam. Shonda resolve passar um ano inteiro dizendo sim para tudo que lhe assusta e viver intensamente. A experiência traz mudanças que precisavam ser feitas imediatamente, mesmo que ela não soubesse disso. Shonda se entrega para a vida novamente. Volta a viver e aproveitar todos os momentos bons que lhe são oferecidos. Mas, também aprende a não correr quando os momentos difíceis aparecem. Aprende a dizer “não” nas horas certas e a dizer “sim, sim e sim” cada vez mais. No livro, ela retrata os momentos mais importantes dessa jornada e não de uma forma cronológica. Só que, pela maneira como narra, a gente se sente parte da vida dela. É quase como se fôssemos amigos íntimos e vivêssemos isso com ela. Ao mesmo tempo, a gente reflete sobre nossas próprias histórias.

Até que ponto estamos nos arriscando? Estamos vivendo realmente ou seguindo um fluxo na base do piloto automático? Estamos vivendo apenas no virtual? O quanto eu me auto saboto? O quanto deixamos o nosso passado ditar o nosso futuro? Nessa espiral de autorreflexão, a gente sente vontade de ir para o mundo e viver. Gritar “sim” por toda a parte. O ano que disse sim foi transformador para Shonda e ela nunca mais parou. Será que não podemos aproveitar esse ensinamento e aplicarmos na nossa própria vida? Para quantas coisas você está evitando dizer sim, atualmente? Me sabotei muito ao longo desses meus 24 anos de vida. Mas, Shonda e O ano que disse sim, me trouxeram a vontade de mergulhar de cabeça nesse projeto também. E, mais do que isso, começar a viver. Que tal aproveitar a virada do ano para começar isso? Eu já estou dentro, você vem?

Um dos meus livros favoritos de 2019 e que, eventualmente, precisa ser lido novamente!

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