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Eleanor e Park – Rainbow Rowell

9 de abril de 2018

Autor: Rainbow Rowell;
Editora: Novo Século;
Páginas: 378;
Sinopse: Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família.

Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo. (Skoob)

Eleanor se muda de cidade, para voltar a morar com sua mãe. Logo em seu primeiro dia de aula, ela se torna alvo de piadinhas por não fazer parte do padrão. No ônibus, como ninguém abre espaço para ela sentar, Eleanor acaba encontrando um lugar vago ao lado de Park. O garoto faz de tudo para não ser notado e concorda que ela é extremamente estranha. Porém, não reclama. Entre os caminhos de idas e vindas, Park permanece de fone e lendo seus quadrinhos. Enquanto isso, Eleanor segue lendo os quadrinhos de Park com o canto dos olhos.

A amizade começa quando Park nota o interesse dela pelos quadrinhos e passa a deixar uma pilha de gibis em seu lugar no ônibus. Eleanor lê todos a noite e os devolve no dia seguinte. Quando começam a conversar, a música se torna o elo entre eles. Lógico que não demora para a amizade virar o primeiro amor de ambos. Eleanor e Park é um livro muito fofo, mas também trata de assuntos pesadíssimos e necessários.

Eu li esse livro logo quando ele ganhou repercussão, em 2014. Até hoje é um dos meus livros favoritos, por muitos motivos. Sem contar, que ele nos dá uma ótima noção sobre a capacidade de escrita da Rainbow Rowell. Foi o primeiro livro que li dela e me conquistou o suficiente para eu ter todos os outros em minha estante. Mas, voltando para Eleanor e Park… Como eu disse, o livro trata de muitos temas pesados e importantes. A história se passa nos anos 80, mas os contextos funcionariam perfeitamente nos anos atuais. É inclusive bem triste ver quanto as coisas ainda não mudaram.

“Concordavam sobre tudo que era importante e discutiam sobre o restante. E isso era bom também, porque, quando discutiam, Eleanor sempre fazia Park morrer de rir.”

Um dos temas abordados pela trama é importância dos padrões de beleza. Eleanor passa maus bocados na escola por conta disso. É super humilhada. Morro de angustia só de pensar. Logo, o livro também aborda bullying. Mas, as coisas não param por aí. Ao mesmo tempo, em Eleanor e Park vamos ler sobre problemas familiares, sexualidade, primeiro amor e agressão física dentro da família. A garota vive em um contexto familiar muito complicado. A mãe dela passa por um relacionamento abusivo e eles passam muitas necessidades financeiras. De não ter o que comer ou o que vestir. Sendo que ela ainda tem irmãos caçulas.

Porém, ela não faz o perfil de personagem coitadinha. É forte, tem uma personalidade incrível e tenta enfrentar os problemas externos e internos da maneira que dá. Park é um nerd fofo e querido. Está sempre tentando melhorar as coisas para Eleanor, portanto se torna o refúgio dela. Rainbow Rowell construiu um livro real em todos os sentidos. A história, apesar de densa, é bem equilibrada entre romance e drama. E, como disse acima, é um retrato clássico de coisas que acontecem até hoje. Os personagens são tão imperfeitos, fisicamente e emocionalmente, que são quase humanos. Essa é a beleza de Eleanor e Park. A maneira como transforma os contextos do cotidiano em algo apaixonante. Cheio de empatia e amor. De antemão aviso que você não vai conseguir parar até chegar ao fim, sério! 

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