Being Êrica

Diário da transição capilar: agora é para valer!

21 de dezembro de 2017

Eu nasci com o cabelo liso, escorrido, como o do meu pai. Tão liso, mas tão liso, que até os tic tacs (meninas entenderam HAHAH) escorriam fio abaixo. Aos 5 anos, cortaram meu cabelo bem curtinho e a partir daí, meu cabelo cresceu ondulado. Não posso dizer que a culpa foi realmente do corte de cabelo. Afinal, a gente sabe que se tem algo que muda sozinho, é cabelo. Muda cor, muda forma… Só que, no inicio dos anos 2000, não tinha uma definição para o meu tipo de cabelo. Ou era cacheado ou era liso. E o meu não era (nem nunca vai ser) nem um, nem outro.

E aí, começaram os problemas. Minha mãe, que tem o mesmo tipo de cabelo que o meu, se esforçava para fazer tudo dar certo. Fazia altos penteados, tentava domar o volume, tentava definir. E o meu cabelo só era um grande volume meio sem forma. Daí em diante passei pelo que toda menina que cresceu com o cabelo ondulado/cacheado/crespo passa. Era bullying na escola, era bullying na família (tios e primos). Lá pelos 13 comecei a fazer chapinha com frequência. Aos 18 fiz meu primeiro alisamento. Foram vários no primeiro ano, pois nenhum ficava liso por muito tempo. Até que eu testei químicas mais pesadas e aí o alisamento durava um ano. Ou seja, de ano em ano eu enchia meu cabelo de químicas pesadas e ficava realizada.

Em agosto de 2016, aos 20 anos, fiz minha última química. Em março de 2017, comecei a querer cortar meu cabelo em um long bob como os do Pinterest. Mas, sabia que não adiantava cortar daquele jeito, por que o cabelo ficaria escorrido com toda a química. Em maio encurtei um pouco o cabelo e fiz um corte todo trabalhado. Que não apareceu, por conta da química. Fiquei desesperada. Não aguentava mais aquele cabelo reto e escorrido. Nessa mesma época, minha mãe estava assistindo ao 13 reasons why e falou “Imagina teu cabelo natural do tamanho que está agora? Ia ficar igual ao dessa menina”. Ao da Hannah. Que, por sinal, eu acho lindo. Foi aí que eu falei pela primeira vez em transição capilar, sem saber que se chamava assim. “Então, mãe, estou realmente pensando em deixar crescer”.

Muitos fatores me levaram a transição. O não gostar mais de cabelo reto e escorrido em mim. O querer ser livre e poder fazer um intercâmbio sem ficar me preocupando com quando e onde eu faria meu alisamento. O querer rever meu cabelo natural. Hoje, um ano e quatro meses depois do meu último alisamento, estou passando pela transição capilar. Recentemente, fui rever fotos da minha pré-adolescência. Imaginava meu cabelo muito mais volumoso, muito mais enrolado. Não era, nem metade, do monstro que as pessoas pintavam. Aí eu não tive mais para onde correr mesmo, queria meu cabelo de volta. 

Procure alguém experiente no assunto

A internet é ótima e eu venho assistindo muitos vídeos sobre produtos e finalizações. Porém, nesse tempo inteiro, só fui deixando meu cabelo crescer e crescer, sem saber muito o que fazer. Até que eu decidi cortar pela primeira vez, remover boa parte da química e começar a cuidar do meu cabelo, como se cuida de um cabelo ondulado. Fui até o salão Tayó (que é especializado em cachos) e, conversando com a Taísa, ela me ensinou um monte de cuidadinhos que eu devo ter nesse período de transição. Como finalizar, para relembrar o meu cabelo, que ele precisa ondular. Me explicou um pouco sobre o meu tipo de abertura, sobre produtos e afins. Foi o ponto mais importante até agora.

Procure um profissional de confiança que entenda do assunto e que vai te guiar no melhor caminho para o seu cabelo. Afinal, por mais que você tenha uma abertura parecida com a de algumas blogueiras, o seu cabelo é só seu. Um profissional que vai te indicar os melhores produtos, mas respeitando o seu processo e te ajudando a não gastar desnecessariamente.

Corte é o seu novo melhor amigo

Eu já vinha dando umas cortadas no meu cabelo em casa mesmo. Tirando umas pontas daqui, outras dali. Mas, quando decidi cortar mais da metade da química, recorri ao salão. Cortar o cabelo e tirar boa parte do peso da química, fez muita diferença por aqui. O cabelo começou a ondular mais e eu quase não sinto a diferença entre as duas texturas. Corte sem dó, mas o suficiente para você se sentir confortável com o novo cabelo. Lembre-se que, quanto mais você corta, mais seu cabelo natural aparece e passa a crescer mais saudável!

Respira e segura a ansiedade

Olha só quem está falando isso, a pessoa mais ansiosa do mundo. Mas, sério, a transição capilar não acontece do dia para a noite. O seu cabelo precisa de tempo para crescer e se recuperar de todas as químicas. Você só precisa ajudar ele nesse processo e não ficar ansiosa demais, ok?

Tem alguma dica para dar para uma pessoa em recém transição capilar, com o cabelo 2A/2B? Conta aí nos comentários, que eu estou precisando demais!

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1 Comment

  • Reply Eva Camargo 13 de agosto de 2018 at 21:16

    Acabei de “sair”da transição capilar, tecnicamente. Fiz o BC há duas semanas e meu cabelo está totalmente sem quimica. E a vdd é que estou me conhecendo de verdade.
    Durante a transição, usei ele preso basicamente (por conta do estágio que fiz no período), mas para sair era uma eterna briga. Queria enrolar; não enrolava; queria alisar, nao alisava.
    Ai eu entendi: que ele seja o que ele quiser. Desapegei de cachos e formas perfeitas e deixei ele respirar. Até agora. Eu não finalizo sempre, só deixo ele ser quem ele quiser.
    Transição é sobre Isso, ser quem a gente é, não ficar preso a neuras (afinal, decidimos abandonar a química por isso tb né?!) Então, meu conselho é: nada como viver um bad hair day intensamente, nada como acordar com ele gigante e curtir. Levar na paz a transição, deixar o 2AB ser 2AB.
    Boa sorte na sua transição 💚

    Com amor, Eva.
    amavelgirassol.blogspot.com

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