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Amor próprio: O poder de admirar quem está no espelho

4 de março de 2018

O mundo é repleto de padrões, desde sempre. É difícil encontrar uma pessoa que algumas vez na vida não tenha parado e pensado que estava infeliz por simplesmente não se encaixar no que é padrão em determinada época. Eu cresci uma geração antes do bulliyng tomar grandes proporções. Eu convivi com a época em que apelidos eram usados e ninguém fazia nada. Nós não sabíamos, mas desde pequenos estávamos sendo moldados pela sociedade.

Eu não consigo recordar exatamente em qual momento da minha vida, comecei a implicar com a imagem que me olhava no espelho. Não lembro de ficar incomodada quando na primeira série alguma criança me chamava de baixinha, porque pra mim isso nunca foi problema. Mas consigo me lembrar quando piadas e comentários sem graça me fizeram odiar alguma característica minha em um limite que me fez querer alterar ela. Antes dos dez anos, eu já estava depilando minhas pernas, deixando meu cabelo crescer com luzes e pintando minhas unhas. Tudo isso, enquanto ganhava bonecas de presente.

Somos mulheres, crescemos ouvindo alguém falando o que devíamos fazer, como se vestir e como se portar com os outros. Crescemos ouvindo parentes perguntando de namoradinhos e o que queremos ser quando crescermos. Eu aceitei isso por um bom tempo, até que um dia eu cansei.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável…

Não, eu não queria me formar em administração apenas para ter um diploma. Não, eu não estava mais namorando aquele garoto do colégio e não estava interessada em ninguém também. Sim, eu queria deixar meu cabelo ruivo e fazer tatuagens um dia. Sim, eu me apaixonei por uma garota e vamos namorar. Mas apesar disso tudo, eu ainda travo na frente do espelho às vezes. Alguns dias, eu me amo e nos outros quero sair cobrindo todos os espelhos da casa.

Amor próprio e auto estima são coisas que devem ser conquistadas em algum momento da vida e precisamos parar e enxergar como podemos ser incríveis em diversos aspectos. Não é fácil, mas é possível. Você nunca terá o corpo exatamente igual ao da modelo na revista, seus olhos podem não ter o tom que você deseja, mas ainda existe beleza neles. Vivemos de escolhas pessoais e podemos mudar muita coisa na nossa aparência, mas vale a pena correr tanto risco em uma cirurgia apenas para aumentar o tamanho do sutiã?

De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.

Eu me olho no espelho e penso sim em mudanças que desejo fazer em minha aparência, mas há outras coisas que eu sei que não necessitam de nenhum retoque. E se eu tenho essa percepção hoje, é porque namoro alguém que sempre me apoia. É porque sigo nas redes sociais mulheres que declaram amor próprio e ensinam outras a sentirem o mesmo. Mulheres que levantam a bandeira do amor próprio e que não criticam quem é diferente, elas enxergam amor em cada detalhe das outras pessoas. Ame seu corpo! Respeite as escolhas visuais das outras pessoas e ajude quem precisar quando o assunto for autoestima. Seja gentil. Acredite, o mundo é um lugar melhor quando espalhamos amor e não ódio gratuito.

Hoje sei que se chama… Amor-próprio.

Kim e Alison McMillen

Esse texto é uma homenagem para as mulheres maravilhosas que existem por aí. Mães, empresárias, donas de casa, namoradas e todos os tipos que existem. Existe muita beleza em cada uma de nós e precisamos parar, respirar e admirar o quanto somos incríveis e corajosas. Eu dedico esse texto para a Carol Rocha que é um mulherão da p**** e ensina muito sobre amor próprio no instagram dela (@tchulim). Também quero agradecer muito minha namorada, Aline, por enxergar em mim algo maravilhoso sempre que eu preciso de ajuda. Você é uma mulher incrível e eu agradeço demais ter alguém com a sua determinação ao meu lado. Por fim, para todas as mulheres que leram até aqui, continuem sendo incríveis por aí. O mundo agradece!

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