Patrinando

A música que você ouve tem diversidade?

4 de agosto de 2020

Sim, sei que já abordei diversidade na produção de conteúdo nesta coluna. Este é um assunto que não sai da pauta das redes sociais e da grande mídia por ser extremamente necessário e atual. Por isso, continuarei escrevendo sobre até deixar de ser indispensável. Após os protestos no mundo inteiro sobre #VidasNegrasImportam, tradução de #BlackLivesMatter, os holofotes se voltaram para as pautas raciais. As pessoas consumiram ativamente (ou fingiram) conteúdos de pessoas negras nas redes sociais por uma semana. Mas e depois? O que realmente ficou?

Você, caro internauta, tem o hábito ou cuidado de procurar conteúdo diverso para consumir? Fica atento se quem está fazendo é uma pessoa negra, indígena ou LGBTQIA+? Pense bem na música que costuma ouvir: quem canta? Quais são os temas abordados? Sei que muita gente não olha para quem está produzindo usando a justificativa de que a arte é universal, o que pode até ser verdade em certo ponto. Porém, a divulgação constante de artistas fora do padrões ainda não é encarada como normal, infelizmente. O socialmente aceito ainda é branco, hétero, cisgênero e masculino. Dessa forma, Urias canta maravilhosamente em Diaba: “Não sou nova aqui, não te peço licença/ Sua permissão nunca fez diferença”. E é isso mesmo: a diversidade não é nova. 

No momento, estou viciada em Jessie Ware. Por enquanto, minha faixa favorita é “Soul Control“. O clipe e a música remetem ao final dos anos 70 e começo dos anos 80. Jessie é uma mulher britânica e branca, mas que reconhece que as referências usadas vieram da música negra, principalmente do soul e disco. Ela não se apropria de forma tosca e prepotente. Com isso, entramos noutras questões importantes: quais e como são suas referências? Reconhece e enfatiza quando elas não são brancas, cisgênero e fora da caixinha heteronormativa? 

Curte, comente, compartilhe

Conhecer e procurar o que está fora do padrão dá trabalho e exige atualização constante, eu sei. Obviamente muita gente foda está produzindo artes incríveis e não é divulgada como merece. Por isso, te faço um convite: se você ajudasse a divulgar o trabalho, consumir e indicar para os amigos? Curtir, dar joinha, mandar o link, tuitar, postar no Facebook: tudo isso ajuda muito. A internet é um grande boca a boca: quem tem boca (ou cliques) vai aos assuntos mais comentados.

 

You Might Also Like

No Comments

Comente aqui: