Espiritualidade. É… Essa tá longe de ser uma conversa comum aqui nesse blog. Mas, sendo sincera, já é bom alertar vocês que esse é o caminho aqui: cada vez mais um mergulho interno, em busca de dividir experiências com pessoas que sentem o mesmo. Portanto, vamos lá. São 23h23 (olá, sincronicidade) e eu acabei de receber um dos feedbacks mais lindos de uma consulente de tarot, que virou amiga. Se você que está lendo isso não tem a menor noção do que é um consulente de tarot, vamos ao breve resumo. Eu sou taróloga há dois anos e estou trabalhando profissionalmente com isso agora. Ou seja, usando cartas de tarot e oráculos, para transmitir mensagens dos mentores e anjos de guarda das pessoas que desejam essa conexão (os consulentes).
Agora, voltando para a história. Quando as mensagens chegaram, um filme passou pela minha cabeça. Desde bebê eu vivencio manifestações espirituais. Para não dizer que foi sempre, a coisa toda me deu uma trégua entre os 10 e os 19 anos. Mas, atrelado a isso, sempre fui uma criança religiosa. Sempre. Criada no catolicismo, já fui da infância missionária, já fui do grupo de jovens, já fui até coroinha. Lembro que as missas com cânticos animados eram as que mais me deixavam feliz. Anos mais tarde, quando comecei a frequentar a umbanda, entendi que isso já era um sinal da minha veia umbandista pulsante. Gosto mesmo é da alegria do terreiro, que toda gira parece uma festa. Inundando a gente de luz.
Lidando com a religiosidade
Mas, se a coisa toda de ser religiosa na infância já era assustadora demais, o que me fazia reprimir esse lado ao me relacionar com pessoas de fora desse universo, você imagina então como foi pra mim começar a frequentar a umbanda. Afinal, a ideia que se faz das religiões de matrizes africanas é extremamente preconceituosa. Só que, com o passar dos anos, reprimir a minha fé, começou a ser sufocante. Para pra pensar comigo: infância missionária, coroinha, grupo de jovens, catequese, missas aos domingos; e quando a umbanda entrou na minha vida, entre gira, oferendas e banhos de abertura de caminho, o tempo que eu passava mergulhada ali, ficava impossível de camuflar. Para piorar a coisa toda, em 2019 o tarot entrou na minha vida e aí foi só ladeira abaixo. Ou acima, como eu prefiro acreditar.
Umbanda, tarot, cristais, ervas, banhos, velas, anjo de guarda, chakra. Iiiih, quantos narizinhos se torceram nesse processo. Só que muitos braços se abriram também. Foi quando eu deixei de ser uma criança religiosa, para ser uma jovem de fé (mais sobre isso no próximo trecho), que a coisa toda na minha vida começou a mudar. Lembro que minha irmã mais velha sempre me chamou de ‘bruxa’ e esses tempos me mandou uma mensagem “é, eu sempre soube que você seria bruxona mesmo”. Só que, como eu falei, muitos braços me acolheram no processo. Muitas conexões incríveis foram criadas. Consulentes que passaram a ser amigas lista 1, me mostraram que a parte que eu mais escondi do mundo, era justamente a parte que faltava para eu me sentir conectada às pessoas ao meu redor.
Aprendendo a ter fé
Esses tempos me bateu a reflexão de que eu sempre fui religiosa, mas nunca tive realmente fé em Deus, no universo, nos orixás, etc etc. O tarot me ajudou muito no processo de entender a minha espiritualidade. Entender como a manifestação ocorre só quando você realmente acredita e coloca suas forças nisso. Como a sua energia pode exercer uma influência no seu dia a dia. Eu deixei de ser uma pessoa que acreditava em um Deus único e passei a ser uma pessoa de fé em todas as criações desse Deus. Ter fé em cristais, em oráculos, em banhos energéticos e pedidos emanados pra lua. Comecei a fazer afirmações positivas e as chavinhas dentro de mim foram girando.
Eu não estou te falando que eu sou ‘namastê’ o dia inteiro. Eu, literalmente, tive uma crise existencial essa semana por me sentir insuficiente. Mas, ao mesmo tempo, sair desse ciclo de dor ficou muito mais fácil. Claro, a terapia tá no grau, mami. Entretanto, é um conjunto. A fé sustenta a gente nos momentos mais difíceis (como o luto, por exemplo). A fé nos protege de nós mesmos, da nossa angústia, da nossa autossabotagem. A confiança na espiritualidade é a base de uma vida em paz e isso está longe de estar atrelado a qualquer religião.
“Quando você se conecta com a fé, torna-se capaz de aceitar o que quer que esteja acontecendo ao seu redor, porque a fé lhe concede a sabedoria que lhe diz que existe um sentido maior e sagrado em cada pequeno movimento de sua vida”.
– Patricia Gebrim
Foi só quando eu abri pro mundo essa parte de mim, que eu passei a me amar um pouco mais. A valorizar essa conexão tão especial. A me abrir para uma conexão mais profunda com as pessoas aqui na terra. A confiar no poder do que eu venho plantando nos últimos 25 anos. Abrir essa parte de mim e ver o efeito que ela tem causado na vida das pessoas com quem me conecto, me traz a satisfação da gratidão em ser útil. Em ajudar quem eu posso. Mesmo que, na prática, eu seja apenas um telefone transmitindo a mensagem do anjo de guarda, para quem o chama.
Abrir a minha espiritualidade, fez com que eu entendesse que ninguém consegue se destacar escondendo qualquer parte que seja de si. E que, no mundo, as pessoas certas sempre vão se conectar com você, justamente por essa partezinha que você está reprimindo aí. De todo o meu coração, se esse texto te ajudar a liberar uma parte sua escondida há muito tempo ou até a se abrir para essa conexão com a espiritualidade, eu já estou feliz por ter escrito.
Com amoor,
Ê.
Ps.: Esse texto merece um agradecimento especial a Ju Bee, Keth e Nini, por me mostrarem diariamente como a minha conexão espiritual é valiosa.
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