Fui no show da Ms. Lauryn Hill na semana passada. Foi maravilhoso! Ela, a banda e a Dj Reborn estavam estupendas. A turnê celebra os 20 anos do álbum The Miseducation of Lauryn Hill, o único de inéditas da carreira solo da cantora. Saí extasiada de lá. Mesmo sendo tudo incrível, tinha (pouca) gente reclamando. O motivo mais comum da indignação foi a “curta” duração do show: por volta de 1h e 15 min. A crítica era descabida, já que ela cantou praticamente o álbum todo.
Depois disso, fiquei pensando: será que as pessoas que vão para shows conhecem e pesquisam sobre o artista antes de ir? Ou só vão para postar stories dançando e fingindo que estão curtindo no Instagram? Afinal frequentar determinados shows não deixa de ser status social. Os ingressos aumentam de preço cada vez mais, elitizando o acesso e segmentando o público. E quanto mais famoso ou influente o artista é, mais gente ficará com inveja, curtirá a foto ou verá o story. A encenação de vida perfeita e cultural não pode parar, não é mesmo?
Coisa parecida (e em dimensão bem maior) aconteceu quando o Roger Waters, que era do Pink Floyd, veio pro Brasil. Muita gente ficou extremamente surpresa por ele ser de esquerda e criticar ferozmente a extrema-direita mundial no show. Uau, quem diria que o The Wall não era sobre construção civil? Surpreendente? Acho que não.
Claro que, às vezes, pessoas que não conhecem o artista acabam indo nos shows para acompanhar namorado (a), mãe, pai, tia, avó… Isso é absolutamente normal. E legal, já que acabam virando fãs a partir disso. Mas tirando essas situações, pesquise sobre quem é que você vai assistir: ideologia política, quantos álbuns fez, estilo musical. Não pague mico. Só pague o ingresso mesmo.
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