O lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares conta a história de Jacob após o falecimento do avô. Apegado ao avô paterno desde cedo, o garoto cresceu ouvindo histórias sobre o orfanato maravilhoso em que ele tinha vivido quando criança. Histórias sobre crianças com poderes peculiares e ainda mostrava fotos de cada uma delas. Abe, o avô maravilhoso, é visto como maluco pela própria família. A medida que Jake vai crescendo, ele começa a ficar dividido: acreditar na família ou nas histórias sem comprovações de Abe? E, apesar da aparente loucura do avô, o menino continua nutrindo uma enorme admiração por ele. Afinal, era um sobrevivente da segunda guerra mundial, perdeu toda a sua família, viajou pelo mundo e ainda era um avô incrível.
Abe então é assassinado de forma brutal e misteriosa, deixando Jake aos pedaços. Confuso com as últimas palavras ditas pelo avô ele viaja até a ilha onde estava localizado o orfanato para buscar respostas. Procurando pela Srta. Peregrine, responsável pelos que cresceram no orfanato, Jake torce para que ela ainda esteja viva e seja real. Aparentemente, só ela poderá responder para todas as suas dúvidas e, na melhor das hipóteses, provar que o avô nunca esteve louco. O livro tem um ritmo bacana, uma narrativa ultra envolvente e a parte gráfica é de tirar o fôlego. Apesar das imagens macabras, a história em si não dá medo e ainda é um prato cheio para quem ama uma boa história de fantasia.
Confesso que vi o filme bem antes de ler o livro. Vi ainda no cinema e amei. Assiste com um olhar mais curioso do crítico na época. Amei toda aquela camada de fantasia e aventura que a história tem, tanto no livro, quanto no filme. E, depois de ler o livro, ficou bem claro que ninguém poderia dirigir o filme, além do Tim Burton. O livro em si poderia facilmente ter sido escrito por ele, inclusive. Eu já tinha visto o livro. Já tinha folheado e me encantado com ele. Mas tinha um medo enorme de ler. Sou meio medrosa, não sei se deu para notar! Porém, foi justamente o filme que fez eu superar isso e dei uma chance para o livro.
E aí eu li o livro um dia desses. Fui assistir novamente o filme, só para ter certeza de que ele era realmente bom como o livro. Aí como fiquei triste! Eu sei que cada plataforma tem suas peculiaridades e que nunca dá para adaptar 100% algo para o cinema. Sei que os roteiristas se viram nos trinta para manter a essência do livro que estão adaptando. Sei de tudo isso e não quero desmerecer o trabalho da roteirista do filme O lar das crianças peculiares. Afinal, como disse aí no parágrafo de cima, eu adorei o filme da primeira vez que vi. Só que ao rever, após concluir a leitura, percebi o quanto a história mudou. Os personagens não eram os mesmos, não tinham os mesmos poderes que tinham nos livros. Até a Srta. Peregrine não era severa como é de verdade.
Ler ou assistir?
O coração doeu um pouquinho, viu? O livro tem um ar bem mais obscuro e não entendo por que suavizaram demais na adaptação. Durante a leitura, percebi que as coisas acontecem num ritmo mais próximo do real. A viagem do Jacob é mais pensada e questionada pelos pais. Sem contar que ele é muito mais deprimido e a família é bem mais mesquinha. No filme o pai dele tem um ar de engraçadão e Jake não parece triste o suficiente. Aliás, o ator pecou bastante com as reações. Não se surpreendia com nada. As crianças aceitaram muito bem a sua chegada. Os contextos estavam lá. As cenas tinham o mesmo objetivo, mas completamente mexidas. Não consegui entender muito bem como isso funcionou e por que aconteceu.
Ler ou assistir? Isso depende. Se você gosta mais de fantasias bem misteriosas, leia O lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. Mas, se você prefere uma fantasia mais leve e gostosinha, assista! Se você for considerá-los como obras COMPLETAMENTE distintas, vale fazer os dois. Porém, sou bem mais fã do livro. Não que eu não vá assistir as continuações. Deu para entender?! hahahaha
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