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Setembro Amarelo: precisamos falar sobre suicídio!

27 de setembro de 2017

Setembro Amarelo é a campanha que tem como objetivo lutar pela vida, combatendo o suicídio. A campanha se faz necessária, pois o Brasil é o 8° país com maior número de suicídios. Apenas em 2012, foram registradas 11.821 mortes. Entre os anos 2000 e 2012, a quantidade de suicídios aumentou 10,4%, sendo alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. 

Para entender melhor quais são os fatores de risco que levam alguém a tentativa de suicídio e como podemos ajudar um amigo ou sair de uma dessas situações, eu conversei com o psicólogo Mahmoud Baydoun. Todo o conteúdo abaixo foi explicado por ele, espero que te ajude a esclarecer todas as dúvidas referentes ao tema. 

Fatores de risco:

Tentativas anteriores:

Pessoas que já tentaram cometer o suicídio mais de uma vez, são mais suscetíveis a tentar cometê-lo novamente.

Quadros depressivos e transtornos de ansiedade:

Quanto mais grave for o quadro depressivo, mais suscetível a pessoa se torna a tentativa do suicídio. Justamente por que a depressão nos depara com sentimentos de vazio existencial, apatia, vontade de não existir mais, enfim. Geralmente, as pessoas que tentam suicídio tem algum quadro depressivo e como 18% da população brasileira sofre de algum quadro de depressão, seja leve, moderado ou grave, isso torna muito importante a gente falar sobre esse tema.

Transtornos mentais:

Pessoas com transtornos mentais graves, aqueles que chamamos de transtornos psicóticos. Esquizofrênicos, bipolares. Elas tem um tipo de depressão que na psicologia chamamos de depressão psicogênica. E, justamente essa depressão, como mais grave e mais intensa do que a que acomete os cidadãos tidos como normais pela sociedade, torna esses sujeitos com transtornos mentais mais suscetíveis.

Certos sentimentos:

Sentimentos de medo, desesperança, vazio. Conflitos em prol da identidade sexual. Pesquisas comprovam que jovens LGBT são mais suscetíveis a tentativas de suicídio, do que jovens héteros sexuais. Justamente por que eles sofrem de um processo de negação, de rejeição social desde a infância. Isso alimenta um conflito psíquico muito grande com os próprios desejos. Sentem que não vale apena viver. A cada 10 jovens que cometem suicídio, 6 são do universo LGBT.

Perdas:

Esse é um fator de risco muito importante. Perdas de pessoas ou coisas muito importantes. Seja por divorcio, morte… Então, temos que nos atentar mais para pessoas que estão passando por essa situação. Por que elas estão mais vulneráveis.

Psicofobia:

Parece que vivemos em uma sociedade em que temos que estar sempre bem. Postando fotos no facebook e no instagram, com o sorriso enorme. Ninguém sabe se esse sorriso é verdadeiro. Quando as pessoas estão tristes ou tem algum quadro depressivo, os outros dizem que é frescura. Isso é a psicofobia, o não entender que é uma doença. O que contribui para o adoecimento psíquico.

Como melhorar ou ajudar um amigo nessa situação?

Falar é sempre a melhor solução:

Muitas vezes estamos sofrendo com algo e não expressamos esse sentimento. Isso vai transparecer em forma de doença no nosso corpo. Então, quanto mais você reprimir seus sentimentos, a sua frustração, se expressar na tentativa de simbolizar o que aconteceu, você se torna suscetível ao adoecimento. E, entre as diversos tipos de adoecimentos, podemos englobar a depressão. Que desencadeado dela, pode vir a tentativa de suicídio em si. Falar é sempre a melhor solução.

Procure um psicólogo:

Por mais que falar com um amigo seja importante, um psicólogo é fundamental. O psicólogo te escuta sem julgamento. Ele deixa a intimidade dele de lado e te escuta como se ele fosse uma tela em branco. Coisa que um amigo não consegue fazer. É importante que os amigos e familiares estejam junto, dando apoio, incentivando à procurar ajuda psicológica. 

Deixe o preconceito de lado:

As pessoas acham dizem “eu não vou para o psicólogo por que vão achar que eu sou louco”. Mas o que a gente precisa pensar é que a normalidade é um conceito imposto socialmente. O que é normal? Na verdade, ninguém tem o poder de se manter emocionalmente estável ao longo da vida. Todo mundo já teve uma crise de ciúme que saiu de si. Ou teve algum momento da vida que pensou: eu vou enlouquecer. Nós sofremos. O sofrimento é uma oportunidade de crescimento. É isso que a terapia vai trabalhar. 

Terapia não é tão caro quanto você pensa:

Nas clínicas escola, das faculdades que oferecem o curso de psicologia. Em Porto Velho, nos temos na Unir, na Ulbra e na Fimca. Como são clínicas escola, o tratamento é de, no máximo, um ano. Mas temos psicólogos que atendem por convênio, outros que fazem preços mais em conta. Existem psicólogos defendem que a terapia tem que ser paga, para que a gente valorize. Muitas pessoas não valorizam o que não pagam. Claro, sempre dentro das condições dos pacientes. É tudo conversado e acordado entre o psicólogo e o paciente. 

Ainda tem alguma dúvida? Você pode entrar em contato com o psicólogo Mahmoud Bayden através do perfil Gravata Borboleta – Psicologia e Sexologia. Em sua página, encontramos vários conteúdos que nos ajudam nesse processo de compreender e respeitar o outro. Inclusive, tem um vídeo ótimo sobre setembro amarelo, que você pode ver clicando aqui, e outro sobre Efeminofobia.

Ps: Não é por que o mês está acabando, que nós precisamos deixar de lado a campanha. A luta pela vida é diária e qualquer atitude pode fazer a diferença. 

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1 Comment

  • Reply Especial Setembro Amarelo: Você já ouviu falar sobre o CVV? | Ré Menor 9 de setembro de 2018 at 20:29

    […] Primeiramente, meu esforço aqui é para te dizer que você não está sozinho. Se você se sente só frequentemente, você não está sozinho. Mesmo que você esteja rodeado de pessoas e a solidão ainda esteja te consumindo. Você não está sozinho. Se você tem um zilhão de coisas na cabeça e não sabe com quem compartilhar, você não está sozinho. Se você está sofrendo com a perda de alguém, ou de algo, você não está sozinho. É importante que você saiba disso, hoje e sempre. Você. Não. Está. Sozinho. Mas, além disso, preciso que você lembre que, mesmo com a melhor das intenções, familiares e amigos não são as pessoas certas para procurar nessas ocasiões. Procure um profissional especializado ou ligue para o CVV. Antes de mais nada, se você quiser saber mais sobre fatores de risco e como ajudar amigos/familiares em situações de depressão, clique aqui! […]

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